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A vida de Helen Adams Keller (1880-1968) é a história de uma criança que aos dezoito meses de idade ficou cega e surda e de sua luta árdua e vitoriosa para integrar-se na sociedade, tornando-se além de célebre escritora, filósofa e conferencista, uma personagem famosa pelo trabalho incessante que desenvolveu para o bem-estar das pessoas portadoras de deficiências.
Hellen Keller
Nasceu em 27 de junho de 1880 em Tuscumbia, Alabama, descendendo de
família tradicional do Sul dos Estados Unidos e passou os primeiros anos
de sua vida sem orientação adequada.Alguns meses antes de Helen completar
sete anos de idade, Anne Sullivan, uma professora de vinte e um anos, foi
morar em sua casa para ensiná-la.
A professora Anne Sullivan havia estudado na Escola Perkins para Cegos (Perkins
School for the Blind), pois quando criança tinha sido cega. Até a chegada
da professora, Helen Keller ainda não falava e não compreendia o
significado das coisas. Anne Sullivan assumiu a tarefa de ensinar Helen
Keller e para isso necessitou de muita coragem e persistência.
No dia 5 de abril de 1887 Helen e sua professora estavam no quintal da
casa perto de um poço, bombeando água. A professora Sullivan colocou a mão
de Helen na água fria e sobre a outra mão soletrou a palavra "água",
primeiro vagarosamente, depois rapidamente. De repente, os sinais
atingiram a consciência de Helen, agora com um significado.
Anne Sullivan
Ela aprendeu que "água" significava algo frio e fresco que escorria entre
suas mãos. A seguir, tocou a terra e pediu o nome daquilo e ao anoitecer
já haviam
relacionado trinta palavras aos seus significados. Este foi o começo da
educação de Helen Keller. Numa sucessão rápida, ela aprendeu os alfabetos
braille e manual, facilitando assim, sua aprendizagem da escrita e
leitura.
Em 1890 ela surpreendeu a "Professora" (como chamava Anne Sullivan)
pedindo para aprender a falar. Sob a orientação de Anne Sullivan,
matriculou-se no Instituto Horace Mann para Surdos, de Boston, e depois na
Escola Wright-Eumason Oral de Nova Iorque, onde durante dois anos recebeu
lições de linguagem falada e de leitura pelos lábios.
Hellen Keller e Anne Sullivan
Além de aprender a ler, escrever e falar, Helen Keller demonstrou também
excepcional eficiência no estudo das disciplinas do currículo regular.
Antes de formar-se, ela fez sua estréia na literatura escrevendo a sua
autobiografia "A História de Minha Vida", publicada em 1902, e em seguida
no jornalismo, com uma série de artigos no "Ladies Home Journal". A partir
dessa data, não parou mais de escrever.
Em seus trabalhos literários, Helen usava a máquina de datilografia
braille preparando os manuscritos e depois os copiava numa máquina de
datilografia comum. Seus livros foram transcritos em várias línguas. Em
1954, a "História da minha vida", após cinqüenta anos de sua publicação
como livro, foi traduzido em cinqüenta línguas.
Hellen Keller e Anne Sullivan
Poucos anos antes de sua morte, Mark Twain disse: "As duas personalidades
mais interessantes do Século XIX são Napoleão e Helen Keller". William
James escreveu sobre Helen Keller: "Mas o que quer que você tenha sido ou
é, você é uma bênção. Eu sou capaz de matar a quem disser que não". Helen
Keller recebeu numerosos prêmios
de grande distinção.
Em junho de 1952 foi feita Cavaleiro da Legião de Honra da França. Em
reconhecimento ao estímulo que seu exemplo e presença deram aos trabalhos
para cegos nos países que visitou, os governos do Brasil, Japão, Filipinas
e Líbano conferiram-lhe respectivamente as seguintes condecorações: Ordem
do Cruzeiro do Sul, do Tesouro Sagrado, do Coração de Ouro e Medalha de
Ouro de Mérito.
Hellen Keller e Anne Sullivan
Helen Keller recebeu também o prêmio Américas para a União Interamericana,
o prêmio Medalha de Ouro do Instituto Nacional de Ciências Sociais e
outros. Tornou-se membro honorário de sociedades científicas e
organizações filantrópicas dos cinco continentes. Por mais diversos que
fossem seus interesses, Helen Keller nunca esqueceu as necessidades das
pessoas cegas e surdo-cegas.
Desde sua juventude, sempre esteve disposta a trabalhar pelo seu
bem-estar, comparecendo perante governos, dando conferências, escrevendo
artigos e, sobretudo, pelo exemplo pessoal que uma pessoa severamente
prejudicada pode alcançar. Quando a American Foundation for the Blind, a
instituição nacional para informação sobre cegueira foi fundada em 1921,
ela finalmente teve um efetivo instrumento nacional para dar vazão aos
seus esforços.
De 1924 até sua morte, ela foi membro do "staff" da Foundation, servindo
como conselheira em relações internacionais e nacionais. Foi também em
1924 que Helen Keller começou sua campanha para levantar o "Fundo Helen
Keller" para a Foundation. Até a sua aposentadoria da vida pública, ela
foi incansável em seus esforços para que esse Fundo tivesse os recursos
necessários para garantir programas de educação e reabilitação de cegos e
surdos-cegos.
De todas as suas contribuições para a Foundation, Helen Keller talvez
sentisse mais orgulho de sua assistência na formação de um serviço
especial para pessoas surdo-cegas, em 1946. Em 1946 a Imprensa Braille
Americana transformou-se na American Foundation for Overseas Blind e Helen
Keller foi eleita conselheira em relações internacionais.
Hellen Keller e Anne Sullivan Macy
Foi então que ela começou suas viagens. Entre 1946 e 1957, visitou 35
países em cinco continentes. Após 1961, Helen Keller viveu tranqüilamente
em "Arcan Ridge", onde recebia a família, amigos Íntimos e membros da
American Foundation for the Blind e da American Foundation for Overseas
Blind (hoje Helen Keller International Corporation).
Passava a maior parte de seu tempo lendo. Seus livros favoritos foram a
Bíblia e volumes de poesia e filosofia. Helen Keller faleceu em 01 de
junho de 1968, em "Arcan Ridge", algumas semanas antes de completar 88
anos. Suas cinzas foram colocadas na Capela de São José na Catedral de
Washington, ao lado das de Anne Sullivan Macy e Polly Thomson.
Helen Keller foi, por si mesma, uma grande obra de educação, pois se
dedicou ao trabalho para o bem-estar das pessoas cegas e surdo-cegas,
influenciando na criação de legislação e serviços especializados. E por
tudo isso ela foi chamada por seus amigos americanos "A primeira mulher de
coragem do mundo".
São dela estas palavras:
Se metade do dinheiro gasto hoje em curar cegueira, fosse utilizado em
preveni-la, a sociedade ganharia em termos de economia, sem mencionar
considerações de felicidade para a humanidade.
Não há barreiras que o ser humano não possa transpor.
Por muitos anos não dispusemos de criada alguma por falta de recurso.
Aprendi a fazer tudo que podia, para ajudar minha professora. Todas as
manhãs, ela levava o marido de carro à estação, onde ele tomava o trem
para Boston, para depois se ocupar
das compras. Eu tirava a mesa, lavava a louça e arrumava o quarto. Podiam
estar clamando por mim montanhas de cartas, livros e artigos para escrever
mas a casa era a casa, alguém tinha que fazer as camas, colher flores,
catar lenha, por o moinho de vento a andar e fazê-lo parar quando a caixa
estivesse cheia, enfim, ter em mente essas coisas imperceptíveis que fazem
a felicidade da família. Quem gosta de trabalhar sabe como é agradável a
gente estar ajudando a quem estima nas tarefas diárias da casa.
(Fontes de consulta: American Foundation for the Blind, Inc. Helen Keller
; Enciclopédia Barsa - RJ-SP; Enciclopédia Britânica Editores Ltda.1967;
Fundação para o Livro do Cego no Brasil; Arquivos Enciclopédia Globo - RS
Globo 1969; Enciclopédia Objetiva Universal: Expel Dist. Exclusiva s/d
Keller,
Helen - Lutando contra as trevas - RJ, Fundo de Cultura -1957).
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