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A Professora Dorina de
Gouvêa Nowill nasceu em S. Paulo em 28 de maio de1919. Ficou cega aos 17
anos vítima de uma patologia. Percebendo, naquela época, a carência de
livros em Braille no Brasil, criou com a participação de Adelaide Reis
de Magalhães e mais seis outras normalistas da Escola Normal Caetano de
Campos, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que iniciou suas
atividades em 11 de março de 1946. Desde 1990, em homenagem à Professora
Dorina, a Fundação recebeu o nome de Fundação Dorina Nowill para Cegos,
onde exerce, atualmente, o cargo de Presidente Emérita e Vitalícia.
Foi à primeira aluna cega a freqüentar um curso regular, na Escola
Normal Caetano de Campos, tendo conseguido, posteriormente, a integração
de uma menina cega, num curso regular, em setembro de 1953, na mesma
escola. Colaborou para a elaboração da lei 2287, de 03/09/1953, que
aprovou a integração escolar, regulamentada pelo Decreto 24.714, de
06.07.1956.
De 1961 a 1973, dirigiu a Campanha Nacional de Educação de Cegos do
Ministério da Educação e Cultura (MEC). Em sua gestão foram criados os
serviços de educação de cegos em todas as Unidades da Federação.
A Fundação que criou, conta hoje com a maior Imprensa Braille da América
Latina além de uma Biblioteca circulante para os deficientes visuais. No
entanto, a grande preocupação de D. Dorina foi desenvolver na Fundação
serviços especializados para atender necessidades, tratar e orientar
crianças, jovens e adultos, com cegueira ou baixa visão, principalmente
nas áreas de educação, reabilitação, profissionalização, cultura e
prevenção da cegueira.
Sempre lutou para o desenvolvimento pleno e pela integração social dos
deficientes visuais, razão porque a Fundação que criou desenvolve
programas de avaliação e diagnóstico, estimulação precoce, educação
especial, reabilitação, produção e distribuição de livros e materiais
especiais.
Especializou-se em educação de cegos no Teacher´s College da
Universidade de Columbia, em New York - USA. Naquela ocasião, participou
de uma reunião com a Diretoria da Kellog´s Foundation, expôs o problema
da falta de livros em Braille para os cegos brasileiros e da necessidade
de se conseguir uma Imprensa Braille para a Fundação que tinha sido
criada no Brasil. Em 1948, a Fundação Dorina Nowill para Cegos recebeu,
da Kelloqq´s Foundation e da American Foundation for Overseas Blind, uma
Imprensa Braille completa com maquinários, papel e outros materiais.
A Imprensa Braille da Fundação Dorina Nowill para Cegos utiliza, hoje,
produção em larga escala, equipamentos de grande porte, recursos humanos
especializados e matéria prima especial. Há quem diga que nos últimos 60
anos “não há no Brasil uma só pessoa cega alfabetizada, que não tenha
tido em suas mãos pelo menos um livro em Braille, produzido pela
Fundação Dorina Nowill para Cegos”. Além dos avanços tecnológicos para
produção dos livros em Braille, sempre procurou acompanhar e também
cumprir as recomendações da UNESCO no que diz respeito à composição de
livros para crianças.
Acompanhando a evolução, a Fundação Dorina Nowill para Cegos oferece
como um de seus serviços à produção de livros falados, gravados em CDs
no formato WAV e também MP3, visando diminuir os problemas de
comunicação das pessoas cegas ou com baixa visão, ocasionados pela
limitação visual. Em aLFbril de 2007 a Fundação lança o LIDA - Livro
Digital Acessível, permitindo à leitura de todo conteúdo do livro, tanto
audível como visual, possibilitando várias facilidades, dentre elas:
busca de palavras, navegação por todo o texto, soletração das palavras,
visualização de notas de rodapé, substituições de abreviaturas pelo
significado, pronuncias de palavras estrangeiras na fonética da língua,
mais um auxilio fundamental principalmente aos universitários e
profissionais liberais.
Além da educação, outra preocupação de D. Dorina foi e tem sido a
Prevenção da Cegueira, tendo conseguido em 1954 que o Conselho Mundial
para o Bem-Estar do Cego se reunisse no Brasil, em conjunto com o
Conselho Brasileiro de Oftalmologia e a Associação Panamericana de
Saúde.
Lutou também pela abertura de vagas e encaminhamento das pessoas com
deficiência para o mercado de trabalho. Ressalta-se que, em 1982,
durante a Conferência da OIT em Genebra, conseguiu que a Recomendação 99
fosse discutida. No ano seguinte, quando a Conferência da OIT se reuniu,
em Genebra, no congresso de 1983, os representantes do governo
brasileiro, dos empresários e dos trabalhadores, votaram a favor da
proposta do Conselho Mundial para o Bem-Estar do Cego para aprovação da
Convenção 159 e da Recomendação 168 que convocam os Estados membros a
cumprirem o acordo, oferecendo programas de reabilitação, treinamento e
emprego para as pessoas deficientes.
Foi presidente da União Mundial de Cegos (WBU), recebeu vários prêmios e
medalhas nacionais e internacionais ao longo de seus 61 anos de trabalho
à frente da Fundação. É presidente do Conselho Gestor da Rebraf e com
muita honra Conselheira da AVAPE, atualmente dedica-se a divulgar sua
obra por meio de palestras requisitada por Universidades Federais,
Estaduais e particulares, como também por diversas Instituições e
escolas de São Paulo e do País.
Em 2001, participou de um capítulo para o livro publicado pela Faculdade
Mackenzie e coordenado pela Professora Doutora em Educação Especial,
Sra. Elcie Salzano Mazini, intitulado “Do sentido pelos sentidos para o
sentido”, lançado na Universidade Mackenzie, na noite do dia 08.03.2002.
Escreveu o livro “... E EU VENCI ASSIM MESMO”, lançado em 1996, sendo
traduzido para o espanhol com o título “...Y AUN ASÍ LO HE CONSEGUIDO”,
e apresentado na última reunião da União Mundial de Cegos na África do
Sul, em dezembro de 2004, com distribuição para toda a Europa e América
Latina.
Janeiro de 2007.
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