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O CONVÍVIO HUMANO É MAIS IMPORTANTE DO QUE O PRÓPRIO VIVER

  Aos 13 anos quando perdi a visão, tive também sério comprometimento motor recuperando plenamente meus movimentos aos 15 anos. Foi difícil adaptar-me à nova vida. Com o amor da família, apoio dos amigos e com minha determinação consegui enfrentar com coragem a nova forma de viver. Tive que reaprender as coisas mais elementares, como: andar, comer, ler, escrever e vestir-me. A lembrança das cores me ajudou para a escolha das roupas.

  Depois de 1 (um) ano e meio, voltei a estudar não mais no meu colégio, e sim no Instituto Benjamim Constant - IBC, escola especializada para pessoas cegas e com baixa visão. A mudança foi grande, mas foi no IBC que aprendi a ser cega, no convívio diário com os novos amigos também cegos. Ao terminar os estudos no IBC, começaram os problemas de adaptação às escolas comuns. Naquela época, não havia os recursos de hoje e enfrentei dificuldades que também foram superadas com a inestimável ajuda de minha família e meu desejo de prosseguir.

foto
Fachada do Instituto Benjamin Constant

  Aos 17 anos quando percebi que apesar de ter ficado cega, eu era uma pessoa privilegiada que continuava tendo tudo que precisava, principalmente o convívio com minha família e amigos, prometi a mim mesma que dedicaria minha vida à causa das pessoas cegas.

  Especializei-me em educação de pessoas com deficiência visual e Cheguei à universidade, onde cursei Português - Inglês. Concluído o curso universitário, em 1973 alcancei mais uma vitória: fui a primeira professora cega a ingressar no magistério público do antigo Estado da Guanabara. Trabalhei junto à Secretaria Municipal de Educação, Instituto Helena Antipoff, por 15 anos. Em 1987 pedi transferência para a Secretaria Municipal de Saúde, Instituto Municipal de Medicina Física e Reabilitação Motora Oscar Clark, onde trabalhei 12 anos. Por fim, fui convidada para trabalhar na Fundação Municipal Francisco de Paula, FUNLAR-Rio hoje, Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência. Na fundação não mais trabalhei com pessoas com deficiência, mudei meu foco e comecei a trabalhar com todas as pessoas, objetivando um melhor relacionamento entre pessoas com e sem deficiência.

foto Cizar de cabeça pro lado, Ethel de frente e o Pão de Açúcar ao fundo

  Em paralelo ao trabalho formal, sempre estive presente em manifestações e movimentos em favor da causa, tendo participado de 1986 à 1989 do Grupo
Nacional de Trabalho que elaborou os artigos que garantem os direitos das pessoas com deficiência nas Constituições Federal, Estadual e Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro.

  Entre outros trabalhos, participei ainda em 1994 com renomados especialistas, dos estudos e das redações da Política Nacional de Educação Especial e da Política Nacional de Reabilitação, trabalhos promovidos pela Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE, hoje Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Secretaria de Direitos Humanos. (2010)

  Durante todos esses anos que não são poucos, acredito que venho cumprindo com determinação minha promessa. Apesar da longa estrada, minha caminhada está sempre começando. Em abril de 2004, fui procurada pela pesquisadora de teledramaturgia da novelista Gloria Perez e, nossa história, minha e Gem (meu primeiro cão guia) serviu de inspiração para a construção de um personagem cego com um cão guia, o Jatobá e o Sr. Quartz. Depois do segundo encontro com Gloria Perez surgiu a Flor, uma personagem que retratou a vida de uma criança que nasce cega, mostrando todas as dificuldades para a inclusão da mesma nas escolas e na vida. Flor foi interpretada pela atriz mirim Bruna Marquezine. De encontro em encontro, fui convidada para ser consultora do núcleo de deficiência visual da novela AMÉRICA.

foto
Ethel e Gem, na cerimônia de assinatura do Decreto no 5.904/06
que regulamenta a Lei no 11.126/05, no Palácio do Planalto, Brasília.
Dia 21 de setembro de 2006 - Dia Nacional de Luta da Pessoa com deficiência.

  Essa oportunidade de mostrar através de uma novela e, principalmente no horário nobre da Rede Globo, as inúmeras e diferentes situações que envolvem a vida das pessoas cegas, desde a rejeição familiar até a inclusão social, veio de encontro ao meu grande sonho de mostrar para todo o Brasil, não só o trabalho e a importância de um Cão Guia na vida de uma pessoa cega mas também, a oportunidade de esclarecer e modificar os mitos criados em relação às pessoas com deficiência em geral.

América realizou meu grande sonho. América foi o coroamento de minha vida profissional.

foto Ethel com o rosto na janela do antigo bondinho (Pão de Açúcar) e Gem do lado de fora


Clique e saiba mais sobre Gem na página Cão Guia.

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