Só falta a carteira assinada

Cães são trabalhadores eficientes em várias áreas e têm direito até a aposentadoria.

Dóceis, ótimos farejadores, os beagles são usados pela Polícia Federal para procurar drogas nos aeroportos. Eles são capazes de muito mais do que abanar o rabinho e latir se escutam barulhos na porta. Cães podem trabalhar em várias áreas e, muito dedicados a suas tarefas, ainda surpreendem seus treinadores com atos de coragem e até heroísmo.

O treinamento dos animais requer muita dedicação e paciência, até que o cão esteja apto para desenvolver a tarefa com segurança e independência. "Até os oito meses, eles são treinados com atividades físicas. Depois os exercícios passam a ser específicos.
Para salvamento, sempre são utilizados labradores, porque a raça tem faro muito apurado, principalmente as fêmeas. O pastor alemão é usado pela polícia porque além de bom farejador é excelente cão de guarda", explica o comandante do Canil Ecos, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, tenente José Bie Claudino.

Os beagles também são excelentes farejadores. Podem ser vistos nos aeroportos, ajudando a Polícia Federal a localizar drogas. Os bichos também ganham sua aposentadoria. "Eles prestam serviço até os seis anos, porque o trabalho é muito exaustivo e estressante", diz Claudino.

Alguns cães se transformam em heróis. Como o pastor alemão Diogo, que ajudou a polícia militar a resgatar doze jovens perdidos na Serra do Mar, em São Bernardo do Campo, em dezembro de 2002. E a cadela Anne, que salvou Anderson Cordeiro, funcionário de um depósito de materiais elétricos e hidráulicos em São Paulo. Ele ficou preso sob quatro metros de caixas e ferragens. quando três prateleiras com 500 quilos de material estocado desabaram. Cordeiro gritava e ninguém o ouvia, mas Anne percebeu que o rapaz estava lá e avisou aos bombeiros. Só assim ele foi resgatado com vida.

Não são só as habilidades como cão de guarda ou farejador que surpreendem nos cães. Os guias são muito comuns no exterior. "Cão guia no Rio era novidade. Além de não poder entrar com ele na maioria dos lugares,caminhar pelas ruas era problemático. Umas pessoas tinham medo, outras curiosidade e algumas eram atraídas por sua beleza. Acabei colocando na coleira: "Não me distraia. Estou trabalhando, sou um cão guia", conta a professora Ethel Rosenfeld, 57, cega desde os 13 anos.
 

(Texto de Gislandia Governo - publicado no jornal "O Dia" - julho de 2003)
 

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