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Alfabetizando a criança cega com paralisia cerebral

(Trabalho no VI Seminário Brasileiro de Educadores de Deficientes Visuais - Associação Brasileira de Educadores de Deficientes Visuais - ABEDEV - Salvador - 1988).
Colaboração: Professora Celina B.M. Campos, Especializada em Educação de Portadores de Cegueira e Deficiência Visual - Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro - Secretaria Municipal de Educação - Instituto Helena Antipoff -IHA - Área de Atendimento ao Deficiente Visual.

Síntese do conteúdo abordado:

Toda criança, desde o nascimento, tem a mais diversas experiências que levam à aquisições, relacionamentos com a figura materna e com outros familiares, adquirindo a segurança para a satisfação de suas necessidades básicas. Através destas relações ela entra em contato com o mundo, formando conceitos, estabelecendo relações, desenvolvendo a linguagem, a compreensão de símbolos, dando início ao período preparatório para a sua alfabetização.
A partir das aquisições motoras (levantar a cabeça para ver um objeto, virar a cabeça acompanhando um ruído, segurar objetos, levantar objetos à boca, bater objetos, etc.) a criança percorre uma trajetória até chegar à marcha, o que lhe possibilita maior exploração do espaço e domínio do seu próprio corpo.
Com a sua entrada na escola (pré-escolar), inicia-se o seu segundo mundo, tendo oportunidades de participar de um grupo social maior, adquirindo hábitos, fazendo experimentações, formando novos conceitos e ampliando o seu vocabulário. Com um curto espaço de atenção e muita energia, movimentando-se muito.
Na classe de alfabetização precisa ter maior controle, atenção concentrada e muita motivação para a aprendizagem formal da leitura e escrita, que não é tão difícil de conseguir em virtude dos estímulos visuais e sonoros do ambiente familiar, da escola e dos meios de comunicação (revistas, cartazes, TV, etc.).

A criança cega tem uma perda desde o início: com a ausência da visão algumas aquisições levarão mais tempo para serem assimiladas, havendo a necessidade de uma permanente estimulação, dentro das possibilidades da faixa etária, para que esta criança tenha um desenvolvimento semelhante ao da criança sem deficiência visual.
Há um prejuízo em seu desenvolvimento global devido a ausência da percepção visual. Observamos dificuldades nas condutas similares como: preensão (refletindo nos hábitos alimentares, nas brincadeiras e na aprendizagem), cuidados pessoais, gestos sociais, postura e marcha, havendo necessidade de um trabalho específico para estas aprendizagens.
Importância deve ser dada ao desenvolvimento da linguagem, com a construção de um vocabulário significativo, a partir de experiências vivenciadas que contribuam para a formação de conceitos.
É fundamental o conhecimento do espaço mais próximo, inclusive grandes espaços onde possa se locomover com segurança e dar vazão às suas necessidades de movimento.
Quando a criança cega chega à escola, deve-se questionar e analisar:
- Que tipo de experiência teve anteriormente?
- Que oportunidades lhe foram oferecidas?
- Como é a sua família? Qual é o seu nível sócio-cultural? Tem irmãos? Seus pais também são portadores de deficiência? Como a família recebeu a deficiência?

Em se tratando de uma criança cega com paralisia cerebral o quadro se mostra mais complexo, dependendo das áreas afetadas. É importante lembrar-se que, aproximadamente 50% de casos de portadores de paralisia cerebral possuem algum tipo de deficiência visual.

 
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