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MITOS E REALIDADES SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
SER OU TER?



Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948):

"TODAS AS PESSOAS NASCEM LIVRES E IGUAIS EM DIGNIDADE E DIREITOS. SÃO DOTADAS DE RAZÃO E CONSCIÊNCIA E DEVEM AGIR EM RELAÇÃO UMAS ÀS OUTRAS COM ESPÍRITO DE FRATERNIDADE."
 


QUEM É A PESSOA COM DEFICIÊNCIA?

Antes de responder a esta pergunta, é importante refletir e tentar responder a estas outras:

Por que deficiente?
O que é ser deficiente?
É ser menos eficiente?
É não ser suficiente?


Talvez não sejam perguntas fáceis de responder, e na tentativa de ajudar a encontrar essas respostas, devemos refletir sobre a seguinte definição da Organização Mundial de Saúde:

"Deficiente é toda pessoa que apresenta uma ou mais características perceptíveis que a diferencia do padrão de normalidade."

Padrão de Normalidade? Qual? Onde? Relativo à que?

Para falarmos de normalidade precisamos de parâmetros para estabelecer a relatividade. Usemos para exemplificar uma sala de jardim de infância onde todas as crianças são baixinhas e negras e o professor é alto e branco. Se seguirmos a definição acima, esse professor é considerado um "deficiente" porque ele apresenta duas características perceptíveis que o diferencia da maioria, que no caso são as crianças negras e baixinhas.

Com o exemplo usado, concluímos que o padrão de normalidade é relativo a cultura do país, ambiente em que se está, profissão, tipo físico, raça, religião e ... Não existe um único "padrão de normalidade".

E, "deficiente" não é a pessoa que apresenta diferenças físicas, mentais ou sensoriais, deficiente é qualquer pessoa que não está apta para desempenhar uma função fora de sua capacidade, de suas condições, do seu conhecimento e de seu alcance.

As pessoas em geral, não estão preparadas para conviverem com as diferenças e, desde sempre, acostumadas a pensar que essas situações diferentes só atingem ao outro e quando essa diferença acontece com ela, a primeira barreira, quase intransponível, que ela tem que ultrapassar é a do próprio preconceito.

Depois das reflexões acima, sejam quais forem as respostas encontradas para essas perguntas, é importante lembrar que:

Deficiência não é doença; pode ser uma seqüela da doença.

A deficiência não modifica o ser em sua essência, apenas o limita em alguns aspectos.

Não há necessariamente identidade de interesses entre pessoas com a mesma deficiência, cada pessoa é única em seu modo de pensar, sentir e querer.

Portanto não se deve igualar as pessoas por suas características, mas respeitar seu direito de ser diferente.

Pessoa COM deficiência não é o mesmo que Pessoa DEFICIENTE.

TER uma deficiência não é o mesmo que SER deficiente.


PRECONCEITO

"Preconceito é o juízo antecipado sem fundamento razoável; opinião formada sem reflexão" (Dicionário da língua portuguesa. SOUZA, S.E.).

O desconhecimento leva ao preconceito que por sua vez reforça a crença nos mitos, criando barreiras, aparentemente intransponíveis.

BARREIRAS

Na visão da engenharia, da arquitetura, são as chamadas "barreiras arquitetônicas". Essas muito fácil de serem removidas. Com conhecimento, vontade e determinação, os profissionais da área da construção, eliminam as já existentes e podem evitar o aparecimento de novas.

E as "barreiras atitudinais"? Como eliminá-las? Como evitá-las?

Superar estas barreiras que afastam a pessoa com deficiência de uma vida plena, satisfatória em todos os sentidos é uma tarefa árdua, que demanda tempo e dedicação. Não basta educar ou reabilitar as pessoas com deficiência, é indispensável envolver a sociedade em todos os seus seguimentos nessa questão. É importante esclarecêr, ajudár as pessoas em geral para que consigam transformar os mitos criados, em novos conceitos sobre a realidade das pessoas com deficiência.

Nesse mesmo processo, é importante também preparár a sociedade para um convívio melhor e mais próximo com as pessoas com deficiência, rompendo e vencendo a terrível barreira dos preconceitos.

E isso só se torna possível quando compreendemos de fato que:


O CONVÍVIO HUMANO É MAIS IMPORTANTE DO QUE O PRÓPRIO VIVER!


Ethel Rosenfeld
Professora Especializada em Deficiência Visual
Consultora na área da Deficiência

 
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